quinta-feira, setembro 28, 2023
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Brasil se nega a assinar declaração da “Cúpula” de Biden que visa a escalada da guerra

“A defesa da democracia não pode ser utilizada para erguer muros, criar divisões nem alimentar guerra fria”, afirma carta enviada pelo governo Lula

O Brasil se recusou a assinar a declaração final da “Cúpula da Democracia” bancada pelo governo Biden na quinta-feira (30) por não concordar com o foco dado ao conflito na Ucrânia e com a “utilização” da cúpula para condenar a Rússia. “A defesa da democracia não pode ser utilizada para erguer muros nem criar divisões”.

“Atravessamos um momento de ameaça de uma nova guerra fria e da inevitabilidade de um conflito armado. Todos sabem os custos que a primeira guerra teve em gastos com armas em detrimento de investimentos sociais. A bandeira da defesa da democracia não pode ser utilizada para erguer muros nem criar divisões. Defender a democracia é lutar pela paz. O diálogo político é o melhor caminho para a construção de consensos”, diz a carta enviada pelo governo Lula à cúpula.

Em sua mensagem, o Brasil enfatizou que o âmbito para tratar do conflito são as Nações Unidas, tanto a Assembleia Geral como o Conselho de Segurança. O presidente brasileiro não gravou um vídeo à cúpula, que aconteceu principalmente por videoconferência. Anteriormente, Brasília informara que Lula não poderia participar virtualmente devido à coincidência de data com a viagem à China.

Na carta, o presidente destacou que lamenta “as consequências humanitárias ” do conflito e expressou preocupação com “o alto número de vítimas civis, incluindo mulheres e crianças, o número de deslocados internos e refugiados” além do “impacto adverso da guerra na segurança alimentar global, energia, segurança e proteção nuclear e o ambiente”.

O Brasil tem se recusado a enviar armas ou decretar sanções por considerar ser urgente formar um grupo de países que trabalhe para levar as partes à mesa de negociação e à suspensão das hostilidades.

Há dois dias, o Brasil votou com a China e a Rússia para que o Conselho de Segurança da ONU investigue o atentado contra os gasodutos Nord Stream, com 11 países cedendo à pressão de Washington na “abstenção” para evitar quórum e fazer com que a investigação não avance.

Também quanto à essência da questão democrática no momento no mundo o Brasil fez questão de se diferenciar do mantra “democracias vs autocracias”, assinalando que o risco à democracia se mostra, isso sim, “no Brasil e em outros países, de recentes ataques a instituições democráticas, inclusive às sedes dos poderes constitucionais”, eventos que “nos ofereceram uma trágica síntese da violência de grupos extremistas”.

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