domingo, setembro 24, 2023
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Documentos mostram que governo Bolsonaro foi alertado e se recusou a atender yanomamis

O governo de Jair Bolsonaro foi alertado, em junho e julho de 2021, pelo governo de Roraima, sobre a catástrofe humanitária nas comunidades yanomamis e não enviou as cestas básicas que foram requeridas, registram ofícios daquele ano.

Dois ofícios, de junho e julho de 2021, obtidos pela Agência Brasil, confirmam que o governo Bolsonaro deixou de agir para salvar os yanomamis de maneira consciente, apesar dos alertas.

Na época, o governo enviou somente os recursos para atender os indígenas isolados que foram afetados pelas fortes chuvas, mas não colaborou com cestas básicas e apoio logístico para atender as comunidades que já viviam uma catástrofe humanitária.

Os ofícios publicados da Agência Brasil são uma resposta da Secretaria Nacional de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, do Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos, ao pedido do governo de Roraima para que fossem enviadas 8 mil cestas básicas a mais do que as destinadas aos indígenas isolados.

O governo estadual também solicitou que as Forças Armadas fossem mobilizadas para atender os indígenas que necessitavam.

Nos documentos, a Secretaria respondeu que não compete a ela fazer aquele tipo de ação.

O coordenador da Defesa Civil de Roraima, coronel Cleudiomar Alves Ferreira, contou que “o governo estadual pediu o apoio federal para que pudéssemos reforçar a ação humanitária em comunidades indígenas isoladas pelas chuvas intensas de 2021 e também às da área yanomami”.

O coronel Ferreira explicou que o Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos, chefiado por Damares Alves, eleita senadora, em 2022, pelo Distrito Federal, respondeu que tinha direcionado o pedido ao Ministério da Defesa, à Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) e a outros órgãos, mas nenhuma ajuda realmente foi efetivada.

“Não sei dizer o que aconteceu depois, mas avalio que se tivéssemos recebido o apoio solicitado, se a ajuda humanitária tivesse chegado em caráter emergencial, teríamos conseguido atender também aos yanomami, o que não conseguimos fazer devido, principalmente, à falta de apoio logístico”, afirmou.

Nos pedidos, o governo de Roraima ainda apontou a “grave situação humanitária” vivida pelos indígenas no Estado, com ênfase na “falta de alimentação e desnutrição infantil vivenciada pelos yanomami”.

A ex-ministra e atual senadora Damares Alves (Republicanos-DF) chamou a denúncia de “campanha difamatória”. Em nota, ela se autodenominou uma “indigenista”.

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