Foi por volta dos 17 anos, já perto de atingir a maioridade, que Welton Soares pôde, enfim, acrescentar, após determinação judicial, o “dos Santos” do pai biológico no nome completo que o identifica na certidão de nascimento. Hoje aos 29, o designer gráfico conseguiu construir uma relação de afeto e respeito pelo genitor, o vigilante noturno Edvaldo Firmino, 55, que, durante toda a infância e adolescência, relutou para assumi-lo como filho. Mas não foi fácil.
“Ele não me registrou. Eu sabia quem era, onde morava, mas ele não queria me registrar por desconfiar da minha mãe. Como ela sempre dizia quem era e ele morava perto de casa, eu passava por ele, pedia a bênção. Ele dizia que eu não era seu filho”, recorda Welton, que, só na transição para a fase adulta, por intermédio da Defensoria Pública e da Associação Pernambucana de Mães Solteiras (Apemas), ingressou na Justiça com o pedido de reconhecimento de paternidade, já que não podia arcar com os custos do exame de DNA, requerido no processo.
No Recife, um teste genético de filiação em uma clínica particular custa, em média, R$ 400 e pode chegar a R$ 1.000, dependendo do prazo para a conclusão da análise laboratorial.